Quem nos acompanha...

domingo, 10 de março de 2013

COMO SURGIU A IAM NO BRASIL


Por Pe. André Luiz de Negreiros   
20 / Set / 2012 08:18
Existe a notícia de que um certo Pe. Monteil, da Congregação da Missão (CM), teria introduzido a Obra da Santa Infância no Brasil, em 1850, fato que teria sido documentado no Relatório Geral da Obra Pontifícia da Santa Infância de 1851, em que figuraria a parti­cipação do Brasil, no primeiro ano de funcionamento da Obra no nosso país. No entanto,fontes mais seguras referem o ano de 1858 como data de estabelecimento da Infância e Adolescência Missionária no Brasil.
Em 1887, Mons. João Fernando Tiago Esbérard registrava em um relatório a simpatia com que era vista a Obra e as colaborações que a Santa Infância vinha recebendo, inclusive de membros da família imperial.
Em 1889, a Obra estava em grande ascensão, tendo mandado ao Conselho Superior uma grande quantia em francos-ouro, como resultado da arrecadação anual. No entanto, a partir da Proclamação da República, naquele ano de 1889, e da nomeação do Mons. Esbérard, excelente Diretor Nacional, para Bispo do Rio de Janeiro, em 1894, a Obra entrou em declínio.
Por volta de 1926, resolveu-se não nomear novo Diretor Nacional, e, assim, a Obra Pontifícia da Santa Infância desapareceu do cenário nacional.
No entanto, a Obra continuou em algumas dioceses, graças ao zelo de muitos missionários, como o Pe. Pedro Zingerlé, CM, que foi Diretor Diocesano da Arquidiocese de Fortaleza, CE, por mais de trin­ta anos.
No dia 15 de fevereiro de 1955, a Obra foi oficialmente reerguida no Brasil, por vontade expressa do Papa Pio XII, com a aprovação do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota, na época Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Foi então nomeado Diretor Nacional o Pe. Paulo van de Zant, CSSp (Superior Provincial da Congregação do Espírito Santo - Espiritanos), sendo a Obra governada por uma Assembléia Geral e pela Diretoria Nacional, com­posta pelo Diretor Nacional, um Tesoureiro e três Conselheiros, com sede no Rio de Janeiro, a Capital Federal. Até o ano completo de 1968, o Diretor Nacional ainda era o Pe. Paulo van de Zandt.

NOVOS ESTATUTOS DAS POM
Até 1976, como praticamente em todos os países, havia no Brasil três Direções Nacionais distintas das Pontifícias Obras Missionárias: uma para a Propagação da Fé e São Pedro Apóstolo, com sede em São Paulo; outra para a Santa Infância, com sede no Rio de Janeiro; e outra para a União Missionária, cujo Presidente era o Cardeal do Rio de Janeiro; no entanto, em 1973, foi nomeado Presidente da União Missionária D. José Dalvit, Bispo Auxiliar de Belo Horizonte.
Com os novos estatutos aprovados em 1980, as quatro Obras foram agrupadas em uma única Direção Nacional, com um único Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias. A data oficial de constituição da so­ciedade civil das POM, com sede nacional em São Paulo, foi o dia 20 de novembro de 1978. A Obra Pontifícia da Santa Infância passa a ser dirigida por um Secretário-Geral da Infância Missionária, em Roma, e um Secretário Nacional, dependente do Diretor Nacional das POM.

A HISTÓRIA RECENTE DA IAM NO BRASIL 
Em 1978, por orientação da CNBB, a Sede Nacional das POM passou para Brasília, de forma a agilizar uma colaboração mais estreita com a antiga Linha 2, atual Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, da CNBB.
Em 1993, quando se comemoravam os 150 anos da Infância Missionária, em Cali (Colômbia), foi realizado o 1° Encontro Latino-Americano da Infância Missionária, que contou com participação de uma delegação brasileira: 20 adultos e 06 crianças. "Esta celebração jubilar foi o sopro do Espírito Santo que fez novamente arder no Brasil a chama ainda fumegante da antiga Santa Infância", agora Infância e Adolescência Missionária.

1º Encontro Latino-Americano da IM em Cali-Colômbia (12 a16 de julho de 1993)
Nesses últimos 10 anos a Obra tem se desenvolvido com grande vigor e intensidade:
- vão surgindo grupos, cada vez mais numerosos, nas comuni­dades, paróquias, colégios e escolas;
- a atualização da identidade e do carisma vem sendo aprofundada em encontros, congressos, trocas de experiência, escritos e debates;
- a organização vem melhorando, graças ao constante esforço de colaboração com as pastorais da Igreja, com a vivência de outros países, animada pela prioridade reconhecida às crianças e adolescentes na sociedade civil e também pelas organizações supranacionais.

O CARISMA DA IAM NO NOVO MILÊNIO
Por ocasião dos 160 anos da fundação da Obra, o Papa João Paulo II, na citada Mensagem de 06 de janeiro de 2003, fornece os critérios à luz dos quais a Infância Missionária deve orientar-se e avaliar sua caminhada:
- “[A Infância e Adolescência Missionária] propõe às crianças de todas as dioceses do mun­do um programa baseado na ora­ção, no sacrifício e em gestos de solidariedade concreta: assim elas podem tornar-se evangelizadoras de outras crianças.
- Queridas crianças missionárias, sei com que dedicação e generosidade vocês procuram levar adiante esta Obra apostólica. Vocês se esforçam de muitas formas para partilhar o destino das crianças obrigadas a trabalhar antes do tempo e socorrer as mais pobres, em suas necessidades.
- Sejam solidárias com os anseios e as dramáticas situações das crianças envolvidas nas guerras dos adultos, elas que freqüentemente são vítimas da violência bélica.
Rezem todos os dias para que o dom da Fé que vocês receberam seja transmitido a milhões de crianças que ainda não conhecem Jesus.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário